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RIO – Quem não gosta de promoção? A ideia de fazer um bom negócio comprando bem e pagando menos atrai muita gente, e quando os descontos prometidos são altos, a atenção do consumidor é atraída ainda mais para as ofertas. E o dia 28 de novembro, data marcada para a Black Friday no Brasil, promete exatamente isso.
Porém, alguns consumidores mais atentos notaram que há lojas on-line que “trapaceiam”. Pouco antes do dia da promoção, aumentam o preço de certos produtos e, na Black Friday, o suposto valor com abatimento nada mais é do que o cobrado normalmente — fato que rendeu o apelido de “Black Fraude” para o evento.
E os consumidores têm alguns aliados nessa luta. No Rio de Janeiro, equipes de fiscalização o Procon Estadual visitam filiais de redes cadastradas para participar da Black Friday para verificar o preço dos produtos e constatar se as promoções do dia 28 serão reais ou não. De acordo com a autarquia, “os estabelecimentos em que forem identificados a manipulação dos valores dos produtos, forjando falsas promoções, serão autuados e multados”.
A atuação vai além do mundo real e se estende ao virtual. A Secretaria de Proteção e Defesa do Consumidor vai monitorar os sites que participam da Black Friday. Assim, caso haja irregularidade, o Procon emitirá atos sancionatórios contra as empresas. Haverá ainda equipes de fiscais destacadas para analisar denúncias feitas por telefone ou pela internet.
SITES OFERECEM SOLUÇÃO
Alguns sites se apresentam como a solução para os problemas dos internautas ajudando na pesquisa de preço. Um destes é o Zoom, site comparador de preços que criou um selo especial para a data:
— Os consumidores serão informados sobre as promoções reais por meio do selo Black Friday, já que as ofertas serão monitoradas em tempo real e comparadas aos preços praticados anteriormente — explica Thiago Flores, diretor-executivo do Zoom.
O site oferece a possibilidade de criar alertas de preço para os produtos desejados. Assim, caso na Black Friday o valor abaixe mais, o consumidor é avisado. O Zoom promete só indicar lojas confiáveis. “Aqui só entra ‘ficha limpa’”, garante o site.
Para cumprir o prometido, afirma Flores, o site realiza algumas checagens antes de credenciar uma loja. São verificados se o CNPJ está ativo na Receita Federal, se o tempo de operação é superior a um ano ou se a loja está cadastrada como irregular pelo Procon.
Apesar da promessa de lojas confiáveis, há ainda um serviço gratuito chamado de Zoom Garante, válido para clientes que logam no site e fazem a compra a partir dele.
— (O serviço) assegura aos clientes o recebimento do produto comprado nas lojas parceiras ou o dinheiro de volta (até o limite de R$ 3 mil) — esclarece o diretor do Zoom.
Quem tiver dúvidas, pode recorrer à ajuda de especialistas do site que prestarão esclarecimentos sobre produtos, a compra e os preços nas redes sociais e por e-mails.
Outra página na internet que oferece a comodidade de fazer a pesquisa de preços é a Cupons Mágicos, em que o consumidor cria uma lista de desejos e, no dia da Black Friday, recebe alertas informando quais lojas dentre as 300 parceiras do site têm o que ele deseja com o menor preço. E, assim como o Zoom, a Cupons diz formar parcerias apenas com empresas confiáveis.
CÓDIGO DE ÉTICA PARA A DATA
Uma experiência positiva pode ser um convite para que a pessoa volte a comprar no ano seguinte. É essa a avaliação do BlackFriday.com.br, site que reúne oferta de grandes lojas na data.
Uma pesquisa realizada pelo Busca Descontos, página na internet que organiza o BlackFriday.com.br, mostrou que 96% dos mais de 20 mil entrevistados têm intenção de comprar na Black Friday. Número bem superior aos 42% que disseram ter aproveitado a data em 2013. Destes, 75% avaliam positivamente a experiência do ano passado, o que explicaria porque repetiriam a compra e porque 90% recomendaria que familiares e amigos aproveitassem as ofertas do dia 28.
Na tentativa de fazer com que lojistas se comprometem com o evento e proporcionem uma boa experiência para os consumidores, mantendo assim a Black Friday no calendário de compras do brasileiro, a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net) lançou, em 2013, um código de ética para a Black Friday prevendo punições para lojas que o descumprirem.
— Já estamos no segundo ano do Código de Ética do Black Friday, criado em parceria com a camara-e.net. No Black Friday Legal, a loja se compromete, entre várias coisas, a melhorar a comunicação com o consumidor, identificar as ofertas do Black Friday e, principalmente, seguir o código de ética — afirma Pedro Eugênio, diretor do Busca Descontos.
Após receber a denúncia, a camara-e.net solicita à empresa participante do Black Friday Legal um posicionamento a respeito. Caso se comprove algum descumprimento ou fraude, a empresa pode perder o direito de participar da promoção no ano seguinte. Segundo a entidade, em 2013 foram 20 reclamações.
Mas não chegou a haver punição porque foram não houve descumprimento, mas má interpretação por parte do consumidor, que queria comprar produtos que não entraram em promoção. A camara-e.net explicou que as lojas podem colocar todos os produtos na Black Friday ou apenas alguns. Por isso, a orientação dada é de que as empresas deixem bem claro quais mercadorias são contempladas na promoção.
CUIDADO COM A SEGURANÇA
Muitos recorrem à internet para realizar as compras na Black Friday e, seja por falta de experiência em compras on-line ou pelo avanço nas técnicas usadas por sites mal intencionados, há um grande risco de eles caírem em armadilhas na internet comprando em sites falsos ou tendo os dados roubados. Celso Souza, diretor-executivo da Dinamo Networks, empresa de segurança da informação e criptografia de dados, alerta para os cuidados necessários para evitar dores de cabeça.
Se a mera avaliação dos elementos visuais de um site pode ser um critério pouco efetivo para saber com segurança se a página é confiável ou não, há um pequeno elemento que indica se os dados informados estão em segurança:
—No site da loja…
