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Procon-SP notifica sete empresas participantes da Black Friday
RIO — O Procon-SP informou na tarde desta sexta-feira que notificou sete empresas que participam da Black Friday brasileira: Extra (lojas física e virtual), Ponto Frio, Submarino, Americanas.com, Wal-Mart, Saraiva e Fast Shop. De acordo com o órgão de defesa do consumidor, muitas dessas empresas são reincidentes — já haviam sido notificadas ano passado.
A notificação ocorreu, segundo o Procon-SP, por indícios de maquiagem nos descontos, “com base em denúncias que chegaram do consumidor nos tradicionais canais de atendimento e redes sociais do órgão”. Ao maquiar o valor de um produto, a empresa eleva o valor do mesmo na véspera do evento para que o desconto pareça maior do que é de fato.
O organizador do evento, o site Busca Descontos, também será notificado para que apresente explicações sobre problemas que o consumidor teve ao não conseguir o acesso em alguns links de ofertas e sites de lojas. Os responsáveis pelo site informaram que ainda não receberam a notificação e que só falarão a respeito depois disso.
As empresas têm até o dia 30, próxima sexta-feira, para apresentar as respostas.
Para o diretor de Fiscalização do Procon-SP, Renan Ferraciolli, é um verdadeiro absurdo o que as empresas estão fazendo com os consumidores. E o pior, diz Ferraciolli, é que isso acontece pelo segundo ano seguido:
— A maior parte das empresas notificada agora é reincidente, ou seja, já foi autuada no ano passado, seja por ter comprovadamente manipulado preços para oferecer descontos maiores ou porque se negaram a apresentar documentos quando notificados. E nesses casos, se comprovarmos que houve efetivamente a quebra da boa-fé as punições poderão ser ainda mais severas, como suspensão temporária das atividades e até contrapropaganda, além da multa que pode chegar a R$ 6,5 milhões.
Segundo o diretor do Procon-SP, Fast Shop, Wal-Mart, Ponto Frio, Extra, Magazine Luiza ainda estão discutindo administrativamente o pagamento da multa aplicada no ano passado:
— Mas o estado vai fazer de tudo para receber essas multas. Mais cedo ou mais tarde elas terão que pagar.
Ferraciolli recomenda aos consumidores que identificarem a manipulação de preços que não só denunciem ao Procon, mas que boicotem as empresas que adotarem esta prática:
— O consumidor não deve deixar de comprar apenas hoje nesta empresa, mas deve cortá-la da sua lista. Pois se ela manipula preços pode fazer algo ainda pior. E que as empresas não me venham falar em falha operacional.Boicote é uma arma do consumidor e o que não falta hoje é opção no varejo. O preto desta Black Friday é o luto pelo desrespeito ao direito do consumidor. Quem sabe que com a punição exemplar dessas empresas, no ano que venham tenhamos uma verdadeira Black Friday, como a americana, com descontos realmente expressivos para o consumidor.
Busca Descontos tirou do ar mais de 500 ofertas falsas
O site Busca Descontos, por sua vez, reconhece que algumas ofertas foram maquiadas pelas empresas.
— É lamentável que algumas lojas ainda insistam em fazer maquiagem de preço. Contamos com a ajuda dos consumidores nesse momento, para que denunciem as ofertas falsas — afirmou o presidente do Busca Descontos, Pedro Eugênio.
Segundo ele, os consumidores podem denunciar no site oficial do Black Friday Brasil – www.blackfriday.com.br, as ofertas irregulares clicando no link DENUNCIE. A equipe do portal Busca Descontos também informou já ter bloqueado cerca de 500 ofertas do site do Black Friday.
A Nova Pontocom informou que os sites Extra e Ponto Frio “não receberam notificação oficial do Procon”. Já a Americanas.com e o Submarino informam que apresentarão ao Procon-SP a documentação solicitada no prazo concedido e afirmam que os preços praticados hoje são promocionais e os descontos oferecidos no Black Friday foram negociados especialmente para o evento. As demais empresas ainda não se pronunciaram.
Confira aqui as reclamações dos consumidores sobre a Black Friday.
Primeiras 12 horas foram de apagão
A terceira edição da Black Friday no Brasil teve as primeiras 12 horas de duração marcadas por um cenário de apagão em uma parcela dos sites participantes, contrário ao objetivo proposto de beneficiar varejistas e consumidores com descontos em produtos de diversos segmentos.
O portal Busca Descontos, que trouxe ao Brasil o evento herdado dos norte-americanos e reúne todas as ofertas em um único site (www.blackfriday.com.br), identificou congestionamento durante a primeira hora de abertura, quando foram registrados mais de 75 mil acessos simultâneos, sete vezes superior ao volume visto no ano passado.
— Isso causou muita lentidão, mas, por volta da 1h desta sexta-feira o acesso foi normalizado e, até agora, está normal — disse um porta-voz do Busca Descontos, sobre o portal.
A situação das principais varejistas participantes do evento, no entanto, é outra. Um consumidor que falou sob condição de anonimato disse não ter conseguido realizar uma compra no site Submarino após diversas tentativas por horas consecutivas. Ao procurar o atendimento telefônico da empresa, o consumidor foi informado sobre uma queda generalizada do sistema, impedindo que a compra fosse realizada também por telefone.
Procurada pela agência, a B2W, que também detém os sites Americanas.com e Shop Time, informou que “se preparou para um enorme volume de acessos em função da Black Friday, porém o surpreendente aumento de visitas causou dificuldades de compras para alguns clientes. As equipes do Submarino estão totalmente empenhadas em minimizar os impactos para os clientes o mais rápido possível”.
Os sites de outras varejistas como Wal-Mart, Magazine Luiza e Extra também apresentavam lentidão. A Nova Pontocom, que reúne as operações de eletroeletrônicos e varejo online do Grupo Pão de Açúcar, informou via assessoria de imprensa que “em nome do Extra.com.br e do Pontofrio.com, não houve problemas em relação ao sistema, que está funcionando normalmente, apesar da demanda elevada”.
Executivos da Magazine Luiza confirmaram mais cedo em encontro com analistas e investidores que o site vem sofrendo lentidão. Representantes do Wal-Mart não estavam imediatamente disponíveis para comentar. Segundo dados da ClearSale, empresa especializada em autenticação de compras virtuais, nas primeiras 12 horas de Black Friday no Brasil já foram superadas as vendas da edição de 2011, quando o faturamento foi de R$ 100 milhões.
A consultoria e-bit projeta vendas de R$…
Fonte: https://jornalggn.com.br/noticia/as-ofertas-falsas-do-black-friday/