Blak Flayd 2021: Via segue agenda de aquisições para acelerar transformação, diz CEO

Para Fulcherberguer, CEO da Via, empresário aprendeu a dissociar planejamento estratégico da política Foto: JF Diorio/Estadão

A Via, controladora das Casas Bahia e do Ponto Frio, entrou com atraso na corrida digital, como avalia Roberto Fulcherberguer, que desde julho de 2019 preside o grupo, um dos cinco maiores varejistas do País. A aceleração do desenvolvimento tecnológico é uma prioridade para o executivo, que encontrou na aquisição de startups uma maneira de acelerar esse processo. A meta fixada por ele é chegar a 2025 com, no mínimo, 20% de participação no mercado do comércio eletrônico. Do terceiro trimestre de 2019 até julho deste ano, o market share da companhia nesse segmento subiu de 7,8% para 16,4%. “Para que vou desenvolver aqui microsserviços se tem gente especializada nisso? Do dia para a noite, ganho qualidade. Estamos olhando (o mercado de startups) com a intenção de prestar serviços para nós ou para aquisição mesmo, M&A. Olhamos tudo com muita atenção. E (a Via) segue numa agenda de fazer aquisições para acelerar nossa transformação”, disse Fulcherberguer ao programa Olhar de Líder, do Broadcast.

Seguindo essa estratégia, o grupo comprou, no ano passado, a transportadora ZapLog e a fintech BanQi, que foi autorizada recentemente pelo Banco Central a operar como sociedade de crédito. As lojas das Casas Bahia já funcionam como agências do banco digital, que usa a base de dados de crédito do grupo varejista, mas que já tem seus próprios correntistas. A Via, que lançou um venture capital (modelo de investimento em empresas menores) de até R$ 200 milhões para startups, direciona seu interesse a desenvolvedores de tecnologia de marketing e logística, principalmente. Fulcherberguer acredita que o momento político conturbado atual não será capaz de afetar planos de negócios das empresas, embora acompanhe o desenrolar dos acontecimentos com apreensão. “A política pode gerar complicações no setor financeiro? Pode. Faz parte do pacote chamado Brasil”, diz.

A seguir, o resumo da entrevista, que pode ser acompanhada na íntegra no vídeo do programa Olhar de Líder, do Broadcast TV.

Broadcast: Como a Via pretende atingir a meta de 20% de participação do comércio eletrônico até 2025

Roberto Fulcherberguer: O mercado eletrônico brasileiro ainda é pouco penetrado. Mais ou menos 10%, 11% dos brasileiros compram via online e a maioria dos clientes têm cartão de crédito. O consumidor brasileiro necessita de financiamento, é uma característica do nosso modelo de consumo. A Casas Bahia tem o modelo de crediário há mais de 60 anos, com uma base de dados bastante enriquecida. Digitalizamos toda a base de concessão de crédito. À medida que crescem as vendas online, vamos nos deparar com consumidores que não têm cartão de crédito, ou têm limite muito baixo. Passa a ser fundamental a ferramenta que temos. Colocamos no digital o mesmo crediário das lojas físicas. O consumidor pode financiar sem o cartão de crédito e sem limite de crédito nos bancos. A omnicanalidade é uma das grandes vantagens da Via. Hoje 60% das vendas da Via já ocorrem de forma online. Temos uma…

https://economia.estadao.com.br/blogs/coluna-do-broad/via-segue-agenda-de-aquisicoes-para-acelerar-transformacao-diz-ceo/

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